Impetigo: A infeção cutânea altamente contagiosa

Ours triste

A Filipa repara no aparecimento de pequenas feridas vermelhas no rosto do seu irmão mais novo, principalmente à volta das narinas e da boca. Estas lesões, frequentemente cobertas por uma crosta dura de cor dourada ou cor de mel, parecem causar comichão. Trata-se de impetigo, uma infeção da pele altamente contagiosa que se pode espalhar facilmente, sobretudo entre crianças pequenas.

Mas o que é exatamente o impetigo? Quais são as suas causas e como pode ser tratado?

Olá, sou a Dra. Joy!

Neste artigo, exploraremos as características do impetigo, uma doença de pele geralmente benigna, detalhando os seus sintomas, os diferentes tipos e as soluções médicas e medidas de higiene para o tratar.

I – O que é o impetigo?

O impetigo é uma infeção cutânea muito contagiosa causada pela proliferação de bactérias na epiderme (a camada superficial da pele). Normalmente é provocado por bactérias que vivem na pele, flora cutânea normal ou transitória, como o Streptococcus pyogenes (estreptococo) ou o Staphylococcus aureus (estafilococo dourado). Em Portugal e noutros países europeus, o Staphylococcus aureus é o agente responsável pela maioria dos casos.

Embora possa surgir em qualquer idade, o impetigo é mais comum em crianças entre os 2 e os 5 anos. Apresenta também um caráter sazonal, sendo mais frequente durante o verão.

A infeção começa geralmente quando as bactérias penetram na pele através de uma lesão, como cortes, arranhões, picadas de insetos ou erupções cutâneas. Pode também surgir após doenças de pele como eczema, varicela, sarna ou piolhos.

II – Sintomas e tipos de impetigo

O impetigo manifesta-se através do aparecimento de pequenas feridas na pele.

Os principais sintomas incluem:

  • Feridas vermelhas rodeadas de pele irritada.
  • Vesículas com líquido amarelado ou alaranjado.
  • Formação de crostas douradas ou cor de mel.
  • Comichão nas zonas afetadas.
  • Inchaço dos gânglios linfáticos próximos das lesões.

As lesões aparecem mais frequentemente no couro cabeludo, nádegas (em crianças), rosto, especialmente à volta do nariz e da boca, braços e pernas.

Existem três tipos principais de impetigo:

  1. Impetigo não bolhoso (ou crostoso): A forma mais comum. Apresenta pequenas lesões que evoluem para feridas com crostas douradas. Afecta sobretudo crianças entre 2 e 6 anos e pode causar inchaço dos gânglios próximos.
  2. Impetigo bolhoso: Menos comum, afeta sobretudo lactentes. Caracteriza-se pela presença de bolhas moles e transparentes com líquido, que rebentam e formam crostas. É ainda mais contagioso do que o impetigo crostoso.
  3. Ectima: A forma mais grave, pois atinge camadas mais profundas da pele. Provoca úlceras com pus, dolorosas e cobertas por crostas escuras. A cicatrização é mais lenta e pode deixar marcas ou cicatrizes.

III – Tratamento e prevenção

O tratamento deve ser orientado por um pediatra ou dermatologista, com o objetivo de controlar a infeção e evitar a sua propagação.

1. Medidas de higiene

O impetigo é altamente contagioso e transmite-se por contacto direto com as feridas ou por objetos contaminados (toalhas, roupa de cama, brinquedos, etc.).

Durante o tratamento, é essencial:

  • Cobrir as feridas com pensos ou roupa.
  • Evitar coçar ou tocar nas lesões.
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após tocar nas feridas.
  • Não partilhar objetos pessoais (toalhas, roupa, lençóis).
  • Manter as unhas curtas e limadas.
  • Manter a criança em casa nos dois primeiros dias de tratamento.

Deve-se lavar cuidadosamente as zonas afetadas com água e sabão neutro várias vezes por dia, para amolecer e remover as crostas antes de aplicar o medicamento.

2. Pomadas e antibacterianos tópicos

Nos casos leves, o médico prescreve pomadas antibióticas, aplicadas 3 a 4 vezes por dia durante 5 a 7 dias. As mais utilizadas são a mupirocina e a retapamulina. Estas ajudam na cicatrização e impedem a disseminação da infeção.

3. Antibióticos orais

Nos casos mais extensos ou com múltiplas lesões, são necessários antibióticos orais (comprimidos ou xarope), como cefalosporinas, clindamicina ou amoxicilina com ácido clavulânico. O tratamento dura geralmente 7 a 10 dias e deve ser concluído na totalidade para evitar recaídas ou resistência bacteriana.

IV – Prevenção

A prevenção baseia-se em bons hábitos de higiene. É importante limpar todas as feridas (arranhões, cortes, etc.) com água e sabão neutro e cobri-las com um penso. Deve-se também evitar coçar zonas irritadas (como no eczema ou na varicela) para impedir a propagação da infeção.

V – Complicações

Normalmente o impetigo é benigno e desaparece em poucos dias (a cicatrização total pode demorar cerca de uma semana). No entanto, se não for tratado, pode causar complicações raras como:

  • Glomerulonefrite aguda (em crianças entre 2 e 4 anos, quando os estreptococos estão envolvidos).
  • Celulite ou furúnculos.
  • Nefrite.

Embora geralmente benigno, o impetigo requer atenção médica rápida para evitar a sua propagação e possíveis complicações.

O diagnóstico é feito pelo médico de família, pediatra ou dermatologista, através da observação das lesões. Para um tratamento adequado, seja pomada antibiótica ou antibiótico oral, é fundamental consultar um profissional de saúde.

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Estas informações não substituem o aconselhamento médico. 

Deve procurar o conselho do seu médico ou de outro profissional de saúde qualificado para quaisquer questões que possa ter relativamente ao seu estado de saúde.

Fontes:

Tua Saúde

Elsan

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